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quinta-feira, 3 de maio de 2018

Em busca do poliglotismo (ou como ando indo bem devagar)

O ano era 2015. Eu, tendo estudado só inglês como língua estrangeira desde sempre, achei que era hora de tomar vergonha na cara e estudar espanhol. Aproveitei que ainda tinha laços com o IFCE e me meti no Idiomas sem Fronteiras semipresencial. O curso deveria ter tido uma carga horária de 600h (!), mas morreu em 200h, por falta de investimento; uma pena, porque o material fornecido era bom, o laboratório também etc. 

Estudei, estudei a força, vi a exasperação da professora toda vez que eu respondia em inglês sem querer nos encontros presenciais, ganhei meu certificado passando com um 7,0, eu acho. Agora me diz pra falar alguma coisa em espanhol. Eu consigo ouvir, entender uma pessoa conversando comigo, dar aquela lida marota nas citações não traduzidas que aparecem pela frente, mas nunca desenvolvi habilidade nenhuma de escrever ou falar. Está morto o menino espanhol, língua que eu acho que tinha obrigação moral de saber.

Corta pra 2018. Faz uns anos que tenho vontade de aprender russo. Por que você quer aprender russo, me perguntam sempre. Não tenho um motivo mais satisfatório pra quem pergunta do que, bem, querer aprender, então é isso que tem pra hoje. Tentei aprender só (cê sabe quanto custa um curso de russo em Fortaleza, meu amigo? não tem condições), mas não tenho disciplina pra tanto — e pra isso precisa. Apareceu então o curso do Laboratório de Estudos e Pesquisas Orientais da UECE, que também é pago, mas bem mais barato, e eu pulei pra dentro.

Isso tudo até agora só pra dizer que: não tenho tanto dificuldade assim pra ler e escrever desde que tinha seis anos. É um alfabeto diferente, são sons diferentes, e eu tinha me acostumado a uma língua que tinha facilidade por tanto tempo que tinha esquecido como era realmente me esforçar pra aprender algo desafiador. O espanhol, tão parecido, coitado, não despertou nada disso, mas o russo sim. Ser alfabetizado de novo, associar o som a cada letra, juntar uma por uma, depois tentar fazer uma sílada, tudo isso antes de sequer ir atrás de conjugar um verbo. It’s amazing. Quem sabe em uma ou duas décadas dê pra se arriscar em tradução. Agora ainda tenho que lidar com sílabas tônicas que vêm aparentemente do nada e muitos, muitos casos.

Semestre que vem a intenção é começar Francês. Até porque não há garantia de que haja o Russo II, pois o curso depende da demanda (e você pode imaginar que é muito pouca). Outro detalhe sobre o curso: a professora — que é nativa e tem um sotaque muito fofinho, diga-se de passagem, não que o fator fofura seja importante pro meu aprendizado, embora seja sim — faz questão que as aulas sejam comunicativas e o material é bem recente. A maioria do material que eu encontrei na internet é bem prescritivo, são gramáticas antigas ou apostilas de exercícios que, pelo menos pra mim, não ajudaram muito. 

Stay tuned for more linguistic adventures (ou não). До встречи!